domingo, 17 de janeiro de 2010

E aos que batiam palmas de contente porque finalmente eu tinha acabado com as minhas parvoíces... estavam enganados! Estou de volta, com uma nova casa, aqui!

Gostei imenso de partilhar estes 3 anos com todos vocês. Obrigado por me lerem e continuem a faze-lo se quiserem. Serão sempre bem-vindos!



Fui...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

17 de Dezembro

Depois de um fim-de-semana relaxado e com um sabor diferente chegaram os últimos dias em território polaco. Papéis para tratar, quarto para esvaziar e tempo para fazer as “ultimas coisas”. Comer algo pela última vez, ir a um lugar pela última vez, ver alguém pela última vez. No último dia disse adeus a todos sem nenhum deles dar conta e saí daquela universidade na esperança de nunca mais voltar. Sim, é isso mesmo. Capítulo encerrado!
E foi a 17 de Dezembro que percorri mas uma vez o trajecto Szczecin – Berlim, desta vez para apanhar um voo sem volta para Lisboa. Deixei Berlim com -5ºC e aterrei em Lisboa com 18ºC. Claro que na Guarda a história é outra…

Uma ajudinha?

E qual é a melhor maneira de carregar aquela tralha toda até Berlim?
Resposta: Arranjar 3 polacos amigos, que por serem sempre tão cavalheiros não me deixaram carregar nada do meu quarto ao carro, deram-me boleia até ao autocarro, e ainda me carregaram as malas até à bagageira. Em Berlim foi só arrasta-las uns 10m até à carrinha de transportes.
E eu tão preocupada…

sábado, 26 de dezembro de 2009

11 de Dezembro

O grande dia
Ao contrário do que esperava… dormi. Vesti o meu fato catita e nem me reconheci ao espelho.
Com nervoso miudinho, vi aquela sala fria e vazia encher-se aos poucos. Colegas da universidade e alguns professores. Vi o júri sentar-se e vi um chairman diferente do de há 3 dias atrás. As expectativas eram altas… seria ele diferente e mandão como o anterior?
Não esperei muito para perceber que não… este era apenas engraçado sem o querer ser. Começou por tratar-me por madame Sara Danieli (no papel estava escrito Daniela, juro!). Fê-lo tantas vezes durante o texto introdutório que tive que fazer esforço para não me rir. Quando passámos à apresentação do júri externo, um elemento português, este foi introduzido como Joau Nabé. Desta não contive o riso, pelo que o senhor achou que devia tentar compôr o seu erro dizendo “lamento, mas o meu espanhol não é muito bom”. Pois… foi preciso um esforço quase Herculano para me concentrar no que estava ali a fazer e fazer a minha parte.
Respirei fundo e durante 1h45m apresentei, ouvi o júri, respondi ao júri sem ninguém ser mandado calar, ouvi e respondi várias perguntas dos professores do público e finalmente respirei fundo novamente.
Durante 30 minutos esperei a volta do júri. Quando voltaram aquela sala, ouvi do senhor engraçado que madame Danieli (como fui chamada o resto dos meus dias naquela cidade) era agora doutora Danieli.
Depois disso foi o almoço formal com o júri, chazinho no gabinete da boss como só os convidados especiais tinham feito até então (tive direito a que ela lhe limpasse o pó e tudo, ao fim de 6 meses!), uma tour pela cidade com dois dos Joões da minha vida (faltava o João afilhado), o jantar com os amigos e colegas, e… não me lembro demais…
Consta-me que estava muito alegre e animada, que chorei umas lagrimazitas, que tive conversas interessantes com pessoas ainda mais interessantes e que quando vi o meu prédio novamente fiquei tão feliz como se tivesse visto um pastel de nata gigante… consta-me…

10 de Dezembro

Como manda a tradição, saí para um belo jantar e para beber umas cervejas… para relaxar para o dia de amanhã!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

8 de Dezembro

Fui ao circo
A poucos dias da minha defesa decidi sair de casa e ir assistir a outra, ainda que em polaco (apesar de falar bastante polaco os termos técnicos e formais ainda me escapam). A pessoa a ser avaliada era um rapaz polaco, muito certinho e que se diz/julga perfeccionista. Nos dias antes nunca mostrou nervos e de cada vez que lhe perguntávamos o que sentia escondia o sorriso, mostrava um ar sério e dizia que estava mais que preparado. Eu sempre acreditei, até porque o relatório do júri é público, o que dá acesso aos doutorandos às perguntas da defesa cerca de 1 mês antes. Não é totalmente injusto visto que existe uma comissão de cerca de 25 professores sentados no público que geralmente faz perguntas, essas então desconhecidas pelos candidatos.
Sentada na plateia assisti à sua defesa. O júri composto por 4 pessoas fazia-me rir. Pareciam bonecos com molas na cadeira, que saltavam de cada vez que queriam falar. A estrela principal foi sem dúvida o director do departamento, ou o chamado chairman. De cada vez que alguém se levantava ele levantava-se também. Apercebi-me que seguia regras restritas e na minha opinião idiotas. O candidato apresenta. De seguida os jurados lêem o relatório. Depois o candidato pode responder às perguntas. Se algum dos jurados quiser ripostar tem que esperar pela sua vez de falar, que é no final de todas as respostas. Isto leva a que não exista discussão, o que me desilude um pouco. Isto levou a algumas situações engraçadas. Isto e outros tipos de comportamento…
Situação A
Jurado 1 quis ripostar a meio das respostas.
Director manda-o calar.
As respostas acabam e jurado 1 tenta falar outra vez.
Director manda calar jurado 1 pela segunda vez
Director pergunta a jurado 1: “está satisfeito com as respostas?”.
Jurado 1 responde não e começa a tecer comentários.
Jurado 1 é mandado calar pela terceira vez.
Director pergunta o mesmo ao jurado 2.
Director dá finalmente a palavra ao jurado 1. Ao mesmo tempo o seu telemóvel começa a tocar.
Jurado 1 fala por uns momentos e o telemóvel do director toca novamente.
Jurado 1 termina e o director dá a palavra ao jurado 2.
O telemóvel toca novamente.
Director atende… Sim o mesmo que para fazer respeitar as regras mandou calar um jurado 3 vezes!
Situação B
1h depois de a defesa começar abre-se a porta… entra um professor e senta-se.
10min depois começa a fazer perguntas…
Situação C
O rapaz certinho, também conhecido como candidato afinal tinha copiado gráficos do colega, já publicados anteriormente. O colega revolta-se e começa-lhe a fazer perguntas às quais o candidato não sabe responder. Mais tarde o orientador dos dois vai falar com o colega revoltado e diz-lhe que não tem nada que reclamar pois os dados são públicos e podem ser usados posteriormente. Claro que sim… mas nunca numa defesa e mostrados como se fossem novos. Nunca deve ter ouvido falar de direitos de autor…
Os comentários no final disseram que o candidato (o rapaz certinho) não respondeu a metade das perguntas (aquelas que tinha há um mês), porque não sabia (num mês devia ter dado para pelo menos para ir ao Google ou à wikipédia… digo eu. Já nem falo que podia ter discutido as respostas com outros cientistas). A perguntas do público respondeu que não estava preparado para responder a perguntas (tipo… inventas qualquer coisa? Dá sempre para dizer qualquer coisa). No final passou… com honra e distinção…
Depois de tudo isto só tenho medo de uma coisa na minha defesa… de me desatar a rir e não conseguir parar!

Actualizando...

Sei que há muito não actualizo este blog. Falta de tempo, acontecimentos importantes e muita coisa para organizar são as razões desta ausência. Em vez de contar tudo num (demasiado) longo post, decidi contar aos poucos.
Posso no entanto antecipar, que o fim deste blog está para breve…

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

The final countdown

Por aqui espera-se.
Lê-se.
Prepara-se tudo.
Pensa-se já na festa.
Nesse dia.
Adivinham-se perguntas e respostas.
Aproveita-se o liberdade de já não depender do horário 9-17.
Mas sobretudo... contam-se os dias, as horas e os minutos que faltam para finalmente sair daqui.

Packing

Passei o fim de semana a limpar a tralha que juntei durante 3 anos. A mania de guardar as caixas de tudo o que compro, incluindo sapatos, fez a senhora da recepção olhar para mim de soslaio as três vezes que lá passei a braços com as milhentas caixas que deitei fora. Acho que até desconfiaram que eu andava a desmontar a mobilia e a transporta-la aos poucos.
Depois da limpeza a fundo veio o empacotamento das tralhas. Eu devia entrar para o guiness pela quantidade de roupa que consegui meter numa mala. A minha cara de sofrimento ao tentar fecha-la também deve ter sido interessante. Mas com certeza não tão interessante como a minha cara de alegria quando descobri o fecho mágico que faz aumentar a mala uns 10cm, pelo que ainda consegui lá enfiar mais umas 374092 camisolas. No entanto esta cara ainda não foi tão interessante como a que devo ter feito depois de fechar a mala e me aperceber que me tinha esquecido de lá enfiar o quadro com fotos que me foi oferecido pelo pessoal de Évora.
Ainda não tive coragem de a abrir outra vez, mas vai ter que ser um dia destes.
Ainda alguém me há-de dizer como é que vou carregar uma mala gigante, um saco de desporto cheio, uma mochila cheia de livros e os skis até Berlim...

Aprender a lição


Quando se faz intenções de viver uma vida nómada a pular de país em país, não se devem carregar quantidades astronómicas de roupas, sapatos e outros tarecos desnecessários...