Ainda Amesterdão

Há coisa que ficaram por contar no post anterior. Coisas à la Amesterdão! Histórias engraçadas que em outra qualquer parte do mundo não fariam sentido. Mas em Amesterdão tudo faz sentido!

Na primeira noite em Amesterdão encontrei-me com a A. Uma portuguesa que mora por lá e eu conheci nos meus tempos de universidade, em outras noites loucas, com outras histórias... Ela muito entusiasmada disse que sabia onde havia uma festa, num bar/clube, onde não se pagava entrada! 'Bora lá então! Pois... era um bar gay, cheio de bixonas a abanarem o rabinho! Para nós, raparigas, era melhor ainda, pois ninguém nos chateava, mas digamos que os rapazes que estavam connosco se assustaram um pouco! Para cumulo da questão, a casa de banho era comum. Quando entrei estava vazia, mas reparei nos urinois. O pior é que à saída os urinois tinham homens à frente e fiquei cheia de vergonha! Ainda assim dançamos ate depois das 3h da manha!

No posto de turismo, onde procuravamos informações, era preciso tirar o papelinho com o numero correspondente à nossa vez! Os papelinhos acabaram e decidimos fazer como os que estava e fazer uma fila! Pois que a senhora atrás do balcao não gostou de ver tudo tão arrumadinho e começou a discutir... comigo! Como se a culpa fosse minha! Fez um estardalhaço tal que tb fiquei cheia de vergonha, mas desta vez estive a ajuda do publico, que me deu apoio moral. Até se ofereceram para trocar de papelinho comigo, quando a senhora me deu o ultimo dos numeros! Quando chegou a minha vez fui atendida por outra pessoa, que falava um bocadinho de portugues e disse-me que as holandesas são todas malucas! Se é ela que o diz...

Este diálogo foi verdadeiro e aconteceu à A. Uma desconhecida, rapariga jovem e apresentável, chega ao pé dela e pergunta-lhe "tu moras cá?". Ela responde que sim, então a rapariga diz "Que bom! Então sabes-me dizer posso comprar bom ecstasy?". No comments... é mesmo à Amesterdão!

Amesterdão!

Todas as palavras são poucas para descrever Amesterdão.

Imaginei as ruas cheias de bicicletas... havia 10x mais... em todo o lado! Paradas, penduradas, velhas e novas, com teias de aranha, absolutamente em todo o lado! Diz-se que existem 16 milhões de bicicletas por lá. Ao caminhar na rua é preciso manter os sentidos alerta pois ouvem-se uma campainha de 2 em 2 segundos e existe o perigo constante de sermos atingidos por uma bicicleta. Obvio que os holandeses conduzem à maluca e isso nota-se até quando andam a pé!

A cidade é atravessada por canais. Uns maiores outros mais pequenos. Pequenos barcos vagueiam por lá. Outros estão atracados aos cantos já com ar de quem navegou tudo o que tinha a navegar. Há ainda os barcos casa, barcos hoteis, etc.

As ruas estão sempre em movimento e cheias de gente... mesmo às 4h da manhã... comprovado por mim! O centro da cidade não é muito grande e vai-se a pé para todo o lado. A noite é muito animada e há imensos bares e clubes onde passar um bom bocado. O distrito vermelho é tudo aquilo que eu esperava. As casas minusculas onde vivem raparigas jeitosas e que de noite têm as janelas rodeadas com luzes vermelhas. Elas moram lá e o que mais gozo me dava era passear por ali pela manhã. Lá estavam elas, nas janelas sentadas, mas descontraidas a fazer uma vida normal... a comer uma maça, a pentear o cabelo, a arrumar a casa... sempre em lingerie não vá aparecer alguém...

Universidade de Twente

Situada entre duas pequenas cidades holandesas, Enschede e Hengelo, fica o campus desta universidade. Foi lá que à cerca de duas semanas foi o 4º encontro do meu projecto. Adorei o espaço. O campus é enorme e parece uma cidade em pequeno. Tem hoteis, casas, residencias, supermercado e tudo o que se possa imaginar para fazer desporto. Pelo que percebi os estudantes holandeses são muito activos e há campeonatos e equipas para tudo. Desde todos os desportos com bola, a individuais, escalada, aerobica e ginasios e até jogos tradicionais.

O hotel onde ficamos instalados também era muito bom e o pessoal muito simpático! Até o tempo melhorou a partir do segundo dia, para nos receber. O resto do encontro é o que se sabe. Animação, copos, jantares, conversas para pôr em dia e claro, trabalho também! Mais uma vez foi optimo rever todos os colegas e é facil perceber como de encontro para encontro nos tornamos mais chegados.

A surpresa

Para o segundo dia à noite estava reservada uma surpresa. Tentamos desvendar o que seria mas ninguem se descoseu! Todos já a morrer de curiosidade lá fomos encaminhados para o local! A surpresa era uma corrida de karts. Primeiro jantamos no local e depois corremos em 2 turnos. Nunca tinha experimentado e é obvio que adorei. Orgulho-me de ter sido a segunda melhor rapariga, apesar da primeira ser bastante melhor que eu! E não, não eramos só 2... ao todo correram pelo menos 8! Valeu a pena pela experiencia! Estou para ver a cara dos gajos da comissão quando receberem facturas de karts nas contas... mas isso é lá com eles!!

O jantar oficial

Mais uma vez no jantar oficial lá ficaram os 4 do costume (2 portuguesas, um brasileiro e um alemão). O K. teve a bela ideia de nos dar um nome... os CARBIO 4ever! É justo, tendo em conta que somos sempre os ultimos a recolher nos jantares oficiais. Já nem sequer perguntamos uns aos outros se vamos ficar. Quando o pessoal começa a recolher simplesmente nos juntamos todos numa mesa, depois de recolher as garrafas de vinho ainda cheias das outras mesas. Desta vez tivemos a companhia de mais 2 colegas. Um deles estuda no campus, pelo que na hora de ir para casa o deixamos guiar o caminho. A V. ainda perguntou, mas não é por ali? Mas ele mostrou tanta certeza que o seguimos acabando por caminhar 30min na direcção exactamente oposta. Aí decidimos pôr à prova a tão conhecida simpatia holandesa e rondava a 1h da manhã (portanto tardissimo por la num dia de semana), quando mandamos parar um rapaz que ia a toda velocidade de bicicleta. Viu-nos tarde demais, mas parou, recuou e com um sorriso enorme ajudou-nos! Voltamos atrás e passamos por uma casa, onde através de uma janela enorme vimos uma festa. Obvio que espreitamos e fomos convidados a entrar. Os donos da casa eram 3 rapazes de cerca de 18 anos. Receberam-nos com muita alegria, cerveja e um ingles perfeito. Passamos horas lá a fazer amizades e até foram cozinhar uns croquetes famosos por lá. Foi um bom bocado sem duvida! Caminhamos cerca de 1h para voltar ao campus mas valeu a pena!!!

O meu Palhaço

Outra história engraçada passou-se no meu quarto. Os que me conhecem bem, mesmo bem sabem que eu tenho o meu melhor amigo desde os 3 anos. O meu Palhaço, com o qual durmo todas as noites e que até hoje viajou sempre comigo para qualquer lugar no mundo. Desta vez a senhora da limpeza deve ter achado piada ao boneco. Era costume encontrarmos sempre na almofada um rebuçado. Certo dia, ao regressar ao quarto ao fim do dia, dei conta que havia dois rebuçados: um na minha almofada e outro em cima do boneco que estava tapado, só com a cabecinha de fora. Achei piada a brincadeira e no dia seguinte deixei o boneco em cima da cama, com o papel do rebuçado vazio na mão. Acho que foi uma boa forma de responder. No dia seguinte la tinha novamente os 2 rebuçados!

Vejam tudo nas fotos!

Conversa virtual

Estava na cozinha, sozinha, quando mais uma vez me aparece o vizinho da frente! Aquele maluco dos sapatos. Virtualmente tivemos uma conversa... virtualmente porque ele emitia sons mas eu só pensava as minhas deixas. Caladinha, agarrada ao tacho antes que lhe ele reparasse em mim!

Sara: Olho o meu amigo. Então por cá hoje?

Amigo sinistro: (grunhidos)

Sara: Pois é. Sempre continua a fazer o seu chá nessa cafeteira com 2 seculos. Calculo que a ferrugem lhe deva dar um sabor especial.

Amigo sinistro: (grunhidos)

Sara: Pois... Mas ó amigo, acha que é por andar impacientemente pela cozinha, de um lado para outro, a entrar e a sair e a proclamar grunhidos em polaco, o cha se faz mais depressa?

O amigo sinistro Cansa-se da minha conversa, fecha a porta e vai embora! Eu antes que ele viesse e fechasse a porta de novo e desta vez com ele ca dentro, peguei na tralha e fui embora!

De olhos em bico - A continuação

Sim, o chines continua a deixar-nos a todos de olhos em bico. Eu achava que exemplares destes já não existiam, mas afinal parece que apesar de raros ainda os há. Continuamos todos a achar que ele não é deste planeta e já até já duvidamos que ele tenha mesmo um doutoramento feito. É que se tem, ainda gostava de ver a alminha que supervisionou o seu trabalho! A seguir deixo aqui mais umas...hmmm.... nem sei como chamar... coisas engraçadas saídas deste ser!

Namorada virtual

Lembram-se da namorada que estava para vir no verão? Nunca veio! O Chines diz que ela lhe disse que não conseguiu visto, mesmo com uma carta da Ewa a dizer que ela vinha trabalhar. Conheço outros casos e sei que com esse tipo de carta o visto é bastante facil de conseguir. Achamos todos que a rapariga se assustou com os kgs de arroz que teria que transportar para ele (más linguas... que más linguas...).

Telemóvel

Andava tudo atarefado e a correr com trabalho (literalmente toda a gente a descabelar-se com a preparação para o meeting da proxima semana). Parei 5 min no gabinete da Carla e sentei-me la. Vimos os chines muito concentrado no seu telemovel novo. Ao inicio não ligamos, mas a cara dele estava tão séria e conhecendo as qualidades dele em perceber certas coisas, começamos a achar que estava com problemas. Esperamos mais um pouco. Continuava muito concentrado a mexer furiosamente nas teclas. Dissemos-lhe então que se tivesse problemas podiamos ajudar. Resposta imediata "Problemas? Com o telemovel? Não... estou só a jogar!!!!!"

Viagens

O chines foi a Varsovia conseguir um visto para a Holanda, de modo a poder ir ao próximo encontro que é lá. Foi num dia, voltou no seguinte e foi sozinho. Imagino aquela alminha que ainda tem medo de ir sozinho ao centro da cidade, andar sozinho em Varsovia à procura da embaixada, sem falar uma palavra de polaco! Quando voltou andavamos nós a marcar tudo para um grande fim de semana em Amsterdão, depois do meeting. Ele tinha pedido à Ewa para pedir um visto que cobrisse essa data pois ele também queria ficar. Perguntamos-lhe então em que hotel queria ficar e explicamos-lhe como estavamos a fazer.

Ele respondeu: "eu já não quero lá ficar. Depois do meeting quero vir logo embora".

Nós: "Porquê? Tu até pediste visto para isso!"

Ele: "Mas eu estou muito cansado da viagem e nao quero ficar! Depois do meeting venho logo embora"

Ainda lhe tentamos explicar que o meeting era só daí a duas semanas e que até lá teria descansado, mas nao o convencemos. Não entendo aquela cabecinha! A sério que não!

Poster (e para mim a vencedora)

Chines (para a Carla): Quantas páginas tem o teu poster?

Carla: ???

Chines: Ou então quantas achas que o meu deve ter?

Carla (estupefacta): Tu perguntaste quantas páginas deve ter o teu poster?

Para os não cientistas, um poster cientifico é tal e qual um poster do nosso idolo favorito que penduramos no quarto quando somos adolescentes. A diferença é que expomos lá não o João Pinto mas o nosso trabalho! Portanto é coisa para uma pagina só!!! Depois da Carla lhe dar uma definição de poster ele diz "Eu vou à net ver de um e vou copia-lo. Eu não tenho trabalho!". E copiou! E pronto! E é um post doc! E tem um doutoramento em cima! E eu quero sair daqui depressa!!!

Estocolmo

No passado fim de semana viajei até Estocolmo. A cidade é fantástica e linda! Vale muito a pena visitar. Fazia o tipico friozinho mas menos que o que eu espereva e um sol lindo rodeado por um ceu azul que ainda nao tinha visto na Suécia.

Na parte antiga da cidade podem encontrar-se ruas estreitas com imensas lojas e restaurantes. É girissimo caminhar por lá. A minha parte favorita da cidade é, como só podia ser, a água! Estocolmo divide-se em várias ilhas e qualquer caminho vai dar a um canal. Pequenas ou grandes embarcações circulam pelos canais, o que dá um movimento diferente à cidade. Estive ainda no Vasa museum. Vasa foi uma embarcação de guerra do seculo XVII que se afundou na sua viagem inaugural ao redor de estocolmo. Foi recuperada e reconstruida, podendo agora ser vista toda a sua historia neste museu. Vale a pena ver, pois o barco está reconstruido dentro do museu e pode passear-se ao seu redor em vários niveis.

A parte social também é, a meu ver, ligeiramente diferente do sul da Suecia. Ok, trocando por miudos, o numero de rapazes giros por metro quadrado aumenta consideravelmente (se bem que acho que ainda deve haver regioes melhores)! As raparigas continuam giras como de costume. Pode ver-se um pouco de tudo nas ruas. Achei tambem que o sueco falado em estocolmo se entendia melhor que no Sul, parecendo-me menos cantado. Uma opinião de um ser nativo deste país disse apenas que eles falam mais devagar em estocolmo. Pelo que percebi são um pouco gozados por isso. Deve ser o Alentejo lá do sitio!

Adorei tudo!!!!!!! Ficam as fotos...