O segundo CARBIO meeting, o meu projecto, teve lugar em Dresden. Sobre a cidade falarei mais tarde, mas o que gostei desta vez foi o ambiente que nos envolveu. Se no primeiro encontro achamos que tinhamos ficado amigos, enganamo-nos, pois era ainda cedo para tal. A prova ficou na ausencia de contacto entre todos os estudantes. No entanto, quando por aquela porta, foram entrando aos poucos, as caras desta vez já conhecidas foi muito agradavel. Aquela sensaçao optima de rever pessoas que até pertencem mais ou menos à nossa vida e de voltar a falar com elas foi unica. No primeiro dia houve apresentenções de todos numa tentativa de avaliar a evolução do trabalho e uns melhor que outros la engoliram os nervos mostrando o suor de tantos dias no laboratório... ou não!
Havia também umas 2 ou 3 caras novas, entre elas um brasileiro com o qual senti desde logo imensa afinidade, talvez mesmo por ser brasileiro e eu ter acabado de chegar de lá! A verdade é que soube bem conversar com alguém como ha muito já nao o fazia. Conversas longas, sobre tudo e mais alguma coisa, com alguém que tem opinião propria e nao se deixa apenas levar pelas minhas ideias! Enfim...
A melhor delas todas foi sem duvida aquela partilhada com o nosso novo colega, natural da india! India um país onde as mulheres são inferiores aos homens, onde os casamentos são arranjados, onde a confiança dos pais depende inteiramente do numero que consta na idade.... um país tão diferente!!! O melhor desta conversa não foi apenas o assunto, foi poder conversar com alguém que realmente pensa assim e que vai ter o seu proprio casamento por encomenda e que vai educar os filhos do mesmo modo. O melhor foi poder fazer todas as perguntas que quis e ficar fascinada com as respostas, como se naquele momento tivesse saltado para outra dimensão e me encontrasse a viver num outro mundo paralelo.
Engraçado como ele pensa que a cultura ocidental é meio estranha... porque se usa meias brancas acham-no gay... porque se usa t-shirt rosa acham-no gay... porque se recusou a dançar com um grupo de raparigas (precisamente por nunca ter tido contacto com uma) e estas perguntaram-lhe se ele era gay... uma definição que nem sequer existe no país dele!!!
Outra das coisas que lhe fazia imensa confusão era como éramos capazes de terminar relações. Como e porquê... ele nao entendia porquê! Porque precisamos nós de ter tantas pessoas numa só vida!!!
Fiquei absolutamente impressionada com a nossa conversa... aqui se vêm as diferenças culturais do nosso mundo... os espaços gigantescos que nos separaram de outros povos tão diferentes. No fundo no fundo... o que importa é ser feliz! E se esses homens e mulheres o são... que continuem o seu modo de vida! Quanto a mim... mal posso esperar pelo próximo encontro...
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