segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Belo Horizonte - Centro

Sábado
Bem, para contar o dia de hoje vou precisar uns quantos posts. Foi um dia em cheio, sem dúvida. Comecei de manha, por apanhar o autocarro e me dirigir ao centro. Sábado é um dia cheio de animação, com musica nas ruas, barraquinhas a vender de tudo e multidões de brasileiros às compras. Fui ao mercado central, famoso por vender de tudo um pouco, desde roupa, queijos, especiarias, ervas e chás, brinquedos, artesanato, ferramentas, apetrechos para a cozinha, redes, de tudo mesmo. Claro que já não saí de lá de mãos vazias. O centro não é muito grande e percorre-se facilmente a pé. Este era o meu maior medo, pois dos 3 mapas que tenho, nenhum deles tem escala e não fazia mesmo a minima ideia. As ruas são inclinadas e há imensos prédios altos misturados com casinhas rasteiras e mais velhas. No seu conjunto fica bastante engraçado.
De seguida fui passear ao parque municipal. Um espaço grande, verde mesmo no centro da cidade. Tem um laguinho, patos, pontezinhas... o costume. É muito gradável, sem dúvida e os sons da cidade são quase abafados pelo chilrear dos passarinhos. o parque é grande e no meio tem uma pequena feira popular para as crianças com carroceis, roda gigante (mas pequena) e afins. Claro que em todos os cantinhos se vendem água de coco, fruta, pipocas, algodão doce, cachorros quentes e os famosos sorvetes. Numa das pontas do parque estava instalado um pequeno palco com uma banda da cidade a tocar e fazia-se um rastreio para a hepatite B, onde a fila de pessoas era enorme.
Continuei o meu caminho e percorri várias ruas e praças mais conhecidas. Uma delas é a praça da liberdade. Em volta situam-se vários ministérios e o palácio do senador da cidade, todas elas com arquitecturas muito caracteristicas.
Com tudo isto a fomeca começava a apertar e decidir ir comer e refrescar-me... a mais um shopping. Vi no meu mapa e pensei, olha já estou na rua certa e tudo, agora é so ir em frente. O mapa de Belo Horizonte é razoavelmente facil, pois as ruas não têm curvas mas são todas direitinhas e formam todas angulos de 90º. Só que sabe-se lá porquê, segui pela rua a fora, sem virar uma unica vez e quando dei por mim já estava na rua do lado. Boa... vejo no meu mapa novamente e a questão é sempre a mesma. estou num cruzamento e quero mudar de rua... mas mudo em direcção à direita ou à esquerda? É que por muito facil que pareça, não o é... ficamos sempre baralhados e é preciso irmos ver a proxima travessa para saber se estamos a andar num sentido ou no outro. Depois de umas quantas subidas e descidas lá cheguei ao Diamond Mall. Nem olhei para loja nenhuma e desci directamente para a praça da alimentação, que como eles chamam ao conjunto de restaurantes num shopping. Ao lado havia também a praça do mercado, onde havia duas ou tres bancas de frutas, legumes, peixe e carne... sim... tudo isto dentro de um shopping. Eram 14h e todas as mesas estavam cheias, o que dificulta as coisas principalmente quando estamos sózinhas e não como guardar a mesa. Fui buscar comida e de tabuleiro na mão la comecei à procura de um lugarzinho. Como nasci com o rabinho virado para a lua, ficou uma mesa vaga mesmo ali ao pé de mim. Duas catraias ainda ma tentaram roubar mas eu sentei-me logo e disse "eu já tenho tabuleiro e vocês não". O rapaz da limpeza até se meteu comigo e disse "é assim mesmo, temos que ser espertos".

Estava eu a meio da minha refeição quando um senhor já de idade me vem perguntar se eu estava sozinha, que ele também estava e se se podia sentar na minha mesa. O senhor tinha um ar muito simpático, daqueles que tem mil e uma histórias para contar e eu acenei que sim. Não me enganei. À minha primeira frase perguntou-me logo se eu era portuguesa (claro, eles topam-me sempre) e também ele tinha raises portuguesas. Já tinha estado várias vezes em Portugal, também se orgulhava de já ter estado em todos os estados do Brasil e a sua cidade preferida é o Rio de Janeiro. Aprendi imensa coisa com ele, como por exemplo a orientar-me melhor no mapa de BH (explico melhor a seguir). Acabamos a falar dos locais que eu tinha visto hoje e dos que ainda gostava de ver. Falamos na famosa Rua do Amendoim onde é necessário ir de carro para experimentar a curiosidade que lá acontece (também explico mais tarde). Acabou por dizer que por eu ter cedido o meu lugar na minha mesa, ele me levava lá, pois de outra forma eu não teria hipotese, já que mesmo de autocarro ele não pára lá. Fiquei na dúvida pois apesar de ele ser muito simpático havia os 5% de hipótese de ele ser um assassino e tal. Ele viu-me receosa e disse-me onde morava, com quem morava, o que fazia, etc. Claro que podia ser tudo mentira, mas achei que podia confiar e aceitei. A hostória está no post a seguir.

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